As análises clínicas representam, depois
da farmácia comunitária e da drogaria, a maior área de atividade farmacêutica.
A formação profissional do farmacêutico-bioquímico é a que melhor qualifica o
profissional para o exercício do laboratório de analises clinicas.
É
o ramo de conhecimento que trabalha com o estudo de alguma substância, de forma
a coletar dados e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente.
Essas
análises ocorrem a partir de um exame feito a pedido de um médico e são
entregues em laboratórios próprios para realização desses exames.
A
resolução abaixo, do Conselho Federal de Farmácia achamos interessante pelo
fato de explicar um pouco a posição do farmacêutico na área:
“O
farmacêutico é competente para realizar todos os exames laboratoriais e exercer
a responsabilidade técnica pelos laboratórios de análises da clínica
médico-veterinária."
O papel do farmacêutico nessa área
Realizar
análises de materiais biológicos como fezes, sangue e urina para diagnosticar
doenças, a fim de conhecer quais foram os agentes causadores delas.
Orientar
o paciente na interpretação dos exames, realizar pesquisas e extensões na área
de análises clínicas e toxicológicas.
Além
da atuação na realização do exame, o farmacêutico ainda pode sugerir algum
remédio, dependendo do resultado.
Gerenciar
laboratórios, podendo ele mesmo abrir o seu próprio laboratório e assumindo o
cargo de Responsável Técnico.
Para ele assumir esse papel ele deve
possuir alguns requisitos como:
O
farmacêutico precisa ter clareza do seu papel como gestor.
Comprometimento, excelência
na qualidade do serviço, novas metodologias e tecnologias, treinamento da
equipe sempre atualizado em todas as fases do processo, desde a coleta do material
até a entrega do resultado, conhecer os interferentes analíticos.
Outro
fator que devemos saber que é muito importante é a variação biológica que é uma
“variação natural” e é decorrente de mecanismos fisiológicos próprios do
indivíduo, independente de variáveis pré-analíticas.
O
funcionamento hormonal de cada indivíduo pode alterar o resultado dos exames,
por isso temos alguns aspectos de variação biológica.
O
laboratório de análises clínicas tem a responsabilidade por auxiliar o médico
na detecção de patologias e condições fisiológicas através de exames em
materiais biológicos.
Segundo
a Agência de Vigilância Sanitária, para montar um laboratório, devem constar os
espaços obrigatórios em sua planta de divisão do projeto, que são eles:
Sala
para coleta de material, área para classificação e distribuição de amostras, sala
de preparo de reagente.
Achamos
interessante colocar essa citação do ‘Santos’, que lemos na cartilha do
Conselho que fala sobre a utilidade dos exames laboratoriais:
“Os
exames laboratoriais têm como utilidade fornecer informações que possibilitem
diagnosticar, avaliar o prognóstico, determinar as concentrações tóxicas e
terapêuticas dos fármacos, avaliar as concentrações de drogas e de substâncias,
além de monitorar a efetividade farmacoterapêutica (SANTOS 2016).”
Ou seja, são de extrema importância
para a realização da atenção farmacêutica adequada.
Os
Exames Laboratoriais são divididos em três fases:
A
primeira fase é a Pré-Analítica que começa com o pedido do exame, a preparação
do paciente o qual envolve diversos processos de difíceis controles e
precisamos que o paciente faça o preparo corretamente. Essa fase envolve também
o processo de coleta do material, o transporte do mesmo e a preparação.
A
segunda fase é a Analítica: que envolve a análise do material coletado e o
fluxo desses dados, ela exige muito controle de qualidade para que se obtenha
um resultado exato.
A
última fase é a Pós-analítica que envolve a Interpretação Médica de acordo com
os resultados, o Diagnóstico e a tomada de decisão para o melhor tratamento.
Exames Laboratoriais Bioquímicos
Tem
a finalidade de diagnosticar doenças como diabetes, dislipidemias e
insuficiência renal, entre outras, e também para acompanhamento de tratamentos.
Exemplo: Glicemia, Colesterol, Triglicérides, Ureia, Creatinina, Sódio,
Potássio, Ácido Úrico, Cálcio, Fósforo, enzimas cardíacas, enzimas hepáticas,
entre outros.
Biologia Molecular
É
através de metodologias moleculares para detectar ou quantificar o material
genético de vírus, bactérias, parasitas, fungos, ou diagnosticar doenças
hereditárias pela presença de mutações e polimorfismos.
Na
oncologia, destaca-se a identificação de genes responsáveis pela carcinógenos (oncogênese);
Virologia,
a identificação e determinação de estirpes virais mutantes e, consequentemente,
resistentes à farmacoterapia, como por exemplo o Vírus H1N1 que se tornou resistente após evoluir a outro meio ambiente.
Hematologia
Avaliam
o estado normal e as doenças que afetam de alguma maneira o sangue. É o
nome do exame de sangue utilizado para avaliar as células sanguíneas são leucócitos
(glóbulos brancos), hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas.
Imunologia
São
realizados diferentes exames laboratoriais com a finalidade de diagnosticar e acompanhar
pacientes com diversas doenças.
HIV,
Hepatites A, B e C, Rubéola, Toxoplasmose, Sífilis, Doenças Autoimunes.
Microbiologia
É
responsável pela detecção de fungos e bactérias nas fezes, urina, sangue e em
outros fluídos orgânicos.
Parasitologia
O
profissional deve ter conhecimentos dos diversos métodos que permitem a
avaliação e diagnóstico das várias formas de parasitas que se encontram nas
amostras biológicas.
A
coleta e a conservação do material biológico são fundamentais na detecção e
identificação dos parasitas.
Existem dois grupos de parasitos intestinais:
Protozoários;
Amebas,
Flagelados, Coccidios (+comuns).
Entamoeba
gingivalis, Entamoeba hartmanni, Entamoeba coli, Entamoeba polecki, Endolimax
nana, Iodamoeba bütschlii, Entamoeba dispar, Entamoeba moshkovskii, Trichomonas
hominis,Chilomastix mesnili (não precisam de tratamento).
Helmintos;
Nematoides: Ascaris lumbricoides,
Ancilostomídeos, Enterobius vermicularis, Strongyloides stercolaris, Trichuris
trichiura.
Trematódeos:
Schistosoma mansoni.
Cestódeos:
Taenia sp, Hymenolepis diminuta, Hymenolepis nana.
Toxicologia
O profissional é capaz de reconhecer
o risco químico decorrente da exposição, intencional ou não, aos agentes
tóxicos que podem também ter sido usados pelo homem, nos aspectos social,
individual ou legal.
As análises toxicológicas podem ser
aplicadas em diversas situações quando inseridas em um Programa Corporativo:
Sorteio
aleatório: Realizado entre todos os empregados;
Pré-admissão: Todos
os candidatos em processo de contratação;
Acompanhamento: Durante
o tratamento de acordo com a orientação do terapeuta;
Pós-tratamento: Para
os empregados que estiverem em acompanhamento médico-social;
Motivado: Por
indicação da Equipe Gestora do Programa;
Pré-funcional:
No
caso de promoção funcional;
Pós-acidente.
Analise
de teor alcoólico.
Exemplos Substâncias químicas que
produzem alterações nos sentidos:
Depressivas:
bebidas alcóolicas, barbitúricos, diluentes, lança perfume, ópio, clorofórmio,
morfina, heroína, inalantes (como a cola de sapateiro), etc... Alucinógenas:
cogumelos, maconha, haxixe, LSD, ecstasy, DMT, entre outras. Estimulantes:
cocaína e o crack, cafeína, metanfetamina, anfetaminas.
Técnicas de exames toxicológicos
Exame
toxicológico instantâneo e exame toxicológico laboratorial.
Exame Toxicológico: utilidade e
importância
No
esporte, no meio profissional ou no tratamento de dependentes químicos e
pesquisas, o exame toxicológico ganhou seu espaço, hoje consiste também em
meios para a polícia de reconhecer usuários e desvendar alguns crimes.
Sua
importância está no ato de reconhecer e auxiliar em respostas necessárias para
o tratamento e preservação da vida de usuários, como também, no reconhecimento
de pistas investigativas do meio policial. Quanto a lei instituída pelo Código
Brasileiro de Trânsito, citada anteriormente, sua importância é válida no
reconhecimento da queda nos índices de acidentes de trânsito provenientes do
consumo indevido do álcool por motoristas.
O
teste de detecção de drogas só pode ser realizado mediante autorização do
indivíduo por escrito ou no caso de urgências clínicas.
Ilustrações:
Dientamoeba
fragilis
Ascaris
lumbricoides
Giárdia
lamblia
Dientamoeba
fragilis
Entomoeba
histolytica
Taenia
Acadêmicas: Silviane Gonçalves Ribeiro e Camila Dutra
Seminário apresentado dia 10/04/2017 as 20:45.
Introdução Farmacêutica
Professora Dra Márcia Garcez
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